JORNAL POEMA 

O escritor Kalaf Epalanga é a terceira presença confirmada na Flip 2019

Kalaf Epalanga participa da Flip 2019

O escritor Kalaf Epalanga é a terceira presença confirmada na Flip 2019, que acontece de 10 a 14 de julho, em Paraty. O angolano de 40 anos, que vive entre Lisboa e Berlim, é conhecido como “Poeta-cantor” pela mídia portuguesa e integra a banda Buraka Som Sistema – atualmente em hiato –, responsável por fazer as sonoridades africanas do kuduro e da kizomba ecoarem pelo mundo. São as histórias desses ritmos que conduzem a narrativa de seu terceiro livro, Também os brancos sabem dançar, o único publicado no Brasil (em maio de 2018 pela Todavia), que aborda a imigração africana na Europa.

“O Kalaf Epalanga tem uma prosa deliciosa, cujo ritmo parece conter toda sua capacidade musical. Ele faz uma ficção que aborda, além da história da música que ele ajudou a levar para o mundo, temas importantes como identidade, imigração africana em Portugal, e a condição da Europa hoje. Além de tudo isso, tem uma relação afetiva e formativa com a cultura brasileira”, afirma Fernanda Diamant, curadora do Programa Principal.

Kalaf-Epalanga

O autor

Nascido em Benguela, Angola, Kalaf Epalanga se mudou aos 17 anos para Lisboa, a “mais africana das capitais europeias”, segundo ele. Foi cronista da revista digital Rede Angola e do jornal português Público e escreve para a GQ Portugal. Como membro fundador da banda Buraka Som Sistema, Epalanga ganhou notoriedade internacional. Em 2006, criou, ao lado de João ‘Branko‘ Barbosa, o selo musical Echufada, conhecido por gravar artistas de periferias de diversos lugares do mundo, tendo lançado singles de nomes brasileiros como Rincon Sapiência, MC Bin Laden e Bad Sista.

Obras

O romance Também os brancos sabem dançar (Todavia, 2018) surgiu a partir de um encontro literário no festival Back to Black, que aconteceu no Rio de Janeiro, em 2015. Ao assistir Epalanga contar à plateia a história do kuduro, o escritor José Eduardo Agualusa – conterrâneo do autor – sugeriu que ele deveria escrever a biografia do gênero musical. Na volta a Lisboa, e inspirado por Carnaval no Fogo, de Ruy Castro, o escritor deu início à obra, que mistura autobiografia e ficção. “O kuduro mostrou-me o mundo, com ele e por ele visitei lugares que nunca imaginaria”, escreveu.

Epalanga também publicou os livros de crônicas Estórias de amor para meninos de cor (2011) e O angolano que comprou Lisboa (por metade do preço) (2014), ambos lançados pela portuguesa Caminho Editorial.

 

Flip 2019

A 17ª edição da Flip acontece de 10 a 14 de julho, em Paraty, e tem o escritor Euclides da Cunha como Autor Homenageado. Estão confirmados os nomes de Walnice Nogueira Galvão e Kristen Roupenian.

 

Flip e Museu da Língua Portuguesa

A mesa literária que contará com a presença do autor angolano Kalaf Epalanga na 17ª Flip é um oferecimento do Museu da Língua Portuguesa. Essa é uma das ações do museu em parceria com a Festa Literária que integra o Programa Principal desta edição, consolidando uma trajetória de dois anos de colaboração. Em 2017 e 2018, o Museu da Língua Portuguesa promoveu exposições, mesas e apresentações artísticas que integraram a programação paralela à Flip com o intuito de celebrar a língua portuguesa em seus diferentes sotaques, países e vivências. O museu reforça, portanto, sua atuação em prol da integração cultural entre os países de língua portuguesa, mantendo assim a comunicação com seus públicos durante a reconstrução de sua sede, em São Paulo, atingida por um incêndio em dezembro de 2015.

A participação do Museu da Língua Portuguesa na Flip 2019 é uma iniciativa da Fundação Roberto Marinho em parceria com a EDP, Grupo Globo e Itaú Cultural. A reconstrução do Museu da Língua Portuguesa é uma iniciativa do Governo do Estado de São Paulo em parceria com a Fundação Roberto Marinho. Essas ações têm como patrocinador máster a EDP, além dos patrocinadores Grupo Globo, Grupo Itaú, Sabesp e apoio da Fundação Calouste Gulbenkian e do Governo Federal por meio da lei federal de incentivo à cultura. O IDBrasil é a organização social responsável pela gestão do museu.

Quem faz a Flip

A Flip tem o patrocínio do Ministério da Cidadania, através de sua Secretaria Especial de Cultura, a partir do Edital de Feiras Literárias e por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, além de Apoio da EDP e da CMPC. A edição 2019 continua em fase de captação de recursos.

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